Tudo começou no ano de 1917, na alfaiataria do Sr. Narciso Alfaiate localizada na Rua 5 de Outubro em S. Mamede de Infesta. Próximo do Natal, alguns amigos, que ali se reuniam, lembraram-se de cantar as "Janeiras"e se melhor o pensaram melhor o fizeram. Depois desta primeira experiência artística e já depois de ter passado a quadra dos "Reis", organizaram uma tuna. A partir daí começaram a afluir alunos para aprender música sob a orientação de "Zé Santos". Em breve, por falta de espaço, os ensaiosforam transferidos para casa do Sr. Manuel Calor no Largo da Cidreira - a primeira sede. Foi então que começou a germinar a ideia de se fazer teatro construindo-se, para isso, um barracão no quintal do Sr. José Francisco Soares, no Lugar de Picoutos. Ali se começou a representar. Nasceu, assim, o Grupo Dramático e Musical Flor de Infesta que, até ao final do ano 2000, tinha um palmarés de cerca de 54 peças representadas. A primeira peça a ser representada, ensaiada por César Campos, foi "Inês de Castro". Em 1919, a sede passou para a casa do Mestre Ramalhão, na Av. do Conde. Aí, se ensaiou "A FILHA DO MAR" que foi representada nos teatros de Picoutos, S. Tiago e da Ponte de Pedra. Três anos volvidos, a sede passa para a Rua do Centro, onde ensaiaram a Tuna e o Corpo Cénico. Nesse tempo a Tuna também acompanhava os funerais dos associados, com a sua marcha fúnebre. Em 1927, com o apoio de 45 associados, foi adquirido o terreno da Rua Padre Costa onde presentemente o "Flor" tem a sua sede. A actividade teatral e musical nunca foi esquecida, e alguns espectáculos conheceram um significativo êxito a nível do grande público, como foi a revista "S. MAMEDE ESTÁ IN'FESTA", de Serafim da Silva Lopes, apresentada em 1942. Esta revista ainda hoje é recordada por muita gente, pois a sua canção "O Caldo e Broa" correu o país de lés a lés. Nos últimos vinte anos, verificou-se uma nova fase da actividade teatral levando-se à cena textos de qualidade artística indiscutível, tais como: "O DOIDO E A MORTE" de Raul Brandão; "A MORDAÇA" de Alfonso Sastre; "UM NOVO DIA COMEÇA" de Luís Francisco Rebelo; A VIA NORTE de Bernardo Santareno; "OS PROFETAS DA PALHA" de Miguel Barbosa; "PEQUENO RETÁBULO PARA FEDERICO GARCIA LORCA"; "FARSAS POPULARES, com textos de Lope de Roeda e Miguel Cervantes; a peça infantil "O CASACO ENCANTADO" de Lúcia Benedetti); "AS ARTIMANHAS DE SCAPINO" de Moliére; "HISTÓRIAS DE LISBOA" de André Brun; "HOJE HÁ DESFILE NO CAIS" com textos de Gil Vicente; "O BARBEIRO DE SEVILHA" de Beaumarchais; FRAGMENTOS - a partir de uma ideia de Fernando Peixoto. "Histórias, Meninos e Actores " de Diana Regal (Encerramento do Curso de Teatro Infantil) "A Sapateira Prodigiosa" de Federico Garcia Lorca. " A Gota de Mel" de Leon Chancherel (Encerramento do Curso de Iniciação ao Teatro) "Os Espantalhos e seus Trabalhos" de autor desconhecido "As Três Cidras do Amor" de Yvette Centeno, "Deus" de Woody Allen.," Cais Oeste", "António é o meu Nome, Gedeão o apelido" e "Vida Breve em Três Fotografias" de Bernardo Santareno. Este Grupo de teatro tem contado, nas últimas duas décadas, com a empenhada e qualitativa orientação de encenadores como Roberto Merino, Manuel Ângelo, Fernando Peixoto, Carlos de Andrade, Sérgio Marques e Diana Regal a nível do Teatro Infantil e Eduardo Freitas. Para além da sua actividade cénica primordial, cada vez mais esta colectividade vem assumindo o estatuto de "centro cultural" tendo merecido a classificação oficial de "COLECTIVIDADE DE UTILIDADE PÚBLICA", em 14 de Agosto de 1984. Entre 1990 e 1999 o Grupo Dramático e Musical Flor de Infesta, com o apoio dos seus associados, empresas amigas, Junta de Freguesia local, Comissão Coordenadora da Região Norte e sobretudo da Câmara Municipal de Matosinhos, sofreu uma transformação radical depois de importantes obras de renovação e ampliação das suas instalações. Assim, uma sede, muito degradada pelo tempo, foi transformada numa infra-estrutura cultural associativa de grande qualidade e voltada para os desafios do século XXI. No "Flor de Infesta", para além de uma concorrida biblioteca e uma mediateca, para todas as idades que reabriu à população em Outubro de 1997, desenvolve outras actividades como o, Campismo, Informática, Escola de Música, e Audiovisuais. Mantém igualmente uma série de Cursos como:- Teatro, (Infantil, Juvenil e sénior), Fotografia, Audiovisuais, Bordados Goblan e Cursos de Apoio ao Ensino como as aulas de Matemática e de Inglês. Está também prevista a reactivação da Secção de Xadrez (com grandes tradições no "FLOR) Outras actividades estão já em organização como é o caso duma secção de Astronomia. Ocorrem frequentemente no seu Salão Polivalente (e Galeria de Arte) exposições, colóquios, conferências e convívios, tipo "café-concerto", saraus de poesia e muitas outras realizações, quer do "Flor", quer em cooperação com as autarquias locais, escolas, ou outras entidades. Merecem especial referência as chamadas "Exposições Temáticas" que com regularidade são apresentadas no seu excelente Salão Polivalente - exposições de miniaturas (comboios, barcos, automóveis, eléctricos, etc) de Instrumentos musicais, etc. As "NOITES DE POESIA" realizam-se mensalmente (na terceira sexta-feira de cada mês) e constituem um importante referencial de cultura e arte pelo número e qualidade dos autores participantes, que constituem a já denominada "Tertúlia em Flor".Possui um novo e excelente auditório, vocacionado para teatro, espectáculos musicais e cinema. No "Flor" também existem actividades lúdicas, organizadas pelos seus associados mais idosos. Realizam-se convívios dançantes, noites de fado e passeios para os associados (Tertúlia Geração em Flor), para além de se dispor de um bar, totalmente remodelado.O "Flor" sobrevive graças à cotização e apoio dos seus associados, à ajuda de numerosos amigos, designadamente comerciantes e industriais de Matosinhos e ao apoio das autarquias locais.